sábado, 18 de junho de 2011

E para Paul Veyne, a História existe?

Começo com essa indagação pelo simples fato de ser um grande diferencial do Veyne falar da história assim, quando ele diz que "Tudo é histórico, logo a história não existe." Mas, vamos ao que interessa, de verdade.
Para Paul Veyne a história é lacunar e indeterminada, por isso ele defende que a história é incompleta e dá aberturas para que o leitor possa preencher essas lacunas, bem como o historiador e, sendo incompleta e subjetiva, abre a possibilidade para inferirmos, não deixa de ser história e de ser completa, em sua essência.
De certa forma, Veyne defende a não hierarquização dos fatos e das temáticas a serem estudadas na história, logo, defende que o interesse pela temática tem que partir do próprio indivíduo, de acordo com sua afinidade pelo gênero escolhido para trabalhar, podendo personalizar a história, pois tem a liberdade para pesquisar sobre temáticas separadamente, como política, religião e biografias, por exemplo.
Porém, a história só será história, propriamente dita, se os acontecimentos forem historicizados, postos em seu tempo e espaço, além de se referir à história total como algo que não instiga a curiosidade, a não ser que quem a estuda já tenha um objetivo ao adentrá-la. Contudo, haverá sempre um limite para a história, este imposto pelas lacunas ou, até mesmo, pela própria dúvida da veracidade dos fatos.
Portanto, Paul Veyne não acredita em uma verdade absoluta na história, muito menos que possamos descrevê-la em sua totalidade, mas que tudo depende da intenção de quem a escreve, do objeto que descrevem. Assim, a história é parcial e subjetiva.

“Já que tudo é histórico, a história será o que nós escolhermos.”  (Paul Veyne)

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