quarta-feira, 11 de maio de 2011

Febvre e suas "Analles" sobre a História

Baseado nos seus professores, Lucien Febvre valorizava a história dos pormenores, dos fatos periféricos comparados às grandes realizações tratadas nos documentos oficiais, algo característico da primeira geração dos Analles, na qual fazia parte; ressaltando, assim, que a História era completamente social, tendo em vista que é produzida pelas ações de cada sociedade.
A definição da História para Febvre inicia quando ele diz: “Qualifico a história como um estudo cientificamente conduzido, e não como uma ciência” (FEBVRE, Lucien. Combates pela História. 3.ª edição, Lisboa: Editorial Presença, 1989, pg. 30). Assim vista, a História é cientificamente conduzida por precisar de uma problematização, de formulação de hipóteses, de um objetivo a ser pensado ou produzido; precisa de um método crítico e é aí que se difere da ciência, de fato, que possui um conhecimento e uma verdade absoluta, esta que não deve existir na História, pois cada fato pode ser visto de diferentes ângulos e, assim, várias verdades podem existir, com isso o homem, não unicamente o fato, passa a ser objeto principal de estudo da História, por isso também impede que a História seja uma ciência, pois o ser humano é um ser subjetivo por si só.
É indispensável, portanto, na História, o estudo do homem, das suas ações e pensamentos, mas que estes estejam contextualizados, em um tempo e em um espaço, historicizados, sendo assim, possível e altamente importante alargar a visão do historiador para que a História possa conversar com outras ramificações humanas, como a psicologia, a literatura, a filosofia e a sociologia, de forma que ele possa habituar-se a não hierarquizar os fatos e aprender a fazer História na prática, sem separar a ação do pensamento.
E ainda há quem diga que é possivel fazer História só com documentos e datas. Ah, faça-me o favor ... 

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